A praga dos “emplastros” implementou-se, de vez, em Portugal. De ano para ano este fenómeno passou a ser profissão.
Onde existir um repórter e uma câmara, gera-se um atroz aglomerado de pessoas à volta dos mesmos. Pensavam que este aglomerado só acontecia nos acidentes, não é? Ahahhhh, asneira!
Então, tudo processa-se (de modo geral) assim: quando o repórter pretende entrevistar algumas pessoas, o povo ao redor não liga nenhuma ao entrevistado. A massa popular atropela-se, empurra-se, acena, coloca os 2 dedos em V (da praxe) atrás das cabeças dos que conseguiram um lugar ao “sol”, isto é frente à câmara e envia os beijinhos a toda à família, incluindo aos parentes que não conhece.
No entanto, um moderno acessório veio revolucionar o mundo dos “emplastros”: o telemóvel!
Assim, aproveitam o tempo de antena para avisar ao pessoal lá de casa, via telemóvel, que estão a ser filmados. Nessa altura, presenciamos momentos de alto nível e emocionantes: com os telemóveis colados ao ouvido, “os emplastros” fixam a câmara e fazem várias poses para a família poder apreciar. Outros sujeitos, aproveitam para tirar fotos com os respectivos telemóveis para recordar esse acontecimento histórico.
Assistimos a sessões de risos compulsivos, uns abafam os risinhos com a mão para não deixar cair a dentadura, telemóvel sempre em punho.
Os menos discretos, esses, enquanto alguém é entrevistado, entretêm (sem o saber) os telespectadores com uma conversa deliciosa, do género (atenção, esta conversa não é aconselhável às pessoas mais sensíveis, depois não se queixam):
“OLHA, tou na televisão!! Vai lá ver depressa!! Hein? Não me estás a ver? Despacha-te porra! Que tal agora? Tou bem? Grava cara***! Ó parvalhão, tás a gozar, não tás?? Sei lá do cab*** do comando!! Já tá?? Tá?! Olha eu agora de frente! Hein? Tenho o quê?? Uma mosca nos dentes? Fo**-se foram as couves do almoço, p*ta que pariu!! Espera, vou virar-me pra tirar esta porcaria! Como assim vê-se a careca?? Pronto já tá, já saiu? Olha bem cara***!!! Espera aí, vou-me aproximar e fazer de conta que tou ouvir o gajo! E agora? Fo**-se, tá um paneleiro à minha frente! Espera, (pausa)... e agora?? Fiquei bem? Cortaram-me? Cabr**!”
O pior é que muitas vezes, estas situações acontecem em circunstâncias dramáticas. Vemos os entrevistados nitidamente desesperados enquanto os palhaços de serviço, entusiasmam-se com a câmara. Pode ter acontecido uma verdadeira calamidade numa localidade qualquer, todos as televisões nacionais e internacionais fazem a cobertura do desastre e qual é a reacção dos “emplastros”?? Acenam ao pessoal com cara de felicidade com o telemóvel colado ao ouvido!!!!
15 comentários:
Adoro o teu sentido de humor, és inteligente, linda e perspicaz. Gostava muito falar contigo, tens alguma forma de contacto?
Beijo,
Ricardo
Uma sociedade que promove a mediocridade, o facilitismo, a ganância, a cultura de pacotilha, e Deus sabe o quê, porque não há-de ter lugar para o emplastro?
Josué
O pior dos emplastros é serem outrem-colantes! :)
em relação à forma de contacto, ela não se manisfesta mesmo reservado dia e hora (depois de um trabalhão a tentar fazer uma marcação com mais de 200 contacto no MSN, eheheh) :-P
em relação ao "emplastro" creio que só pode ser vista como a forma mais barata de marketing publicitário! lembra-se da norte americana que "alugou" a testa para fazer publicidade??? imaginem se a ideia é realizada cá, vejam o potencial da empresa em que os emplastros faziam publicidade !!
acho que agora "apenas estão a sondar mercado" ;-)
Ricardo, ok é muito simpático da tua parte mas a melhor forma de me contactar é através desta via (blog). Não gosto divulgar o meu email a desconhecidos, já tenho a minha caixa de correio quase em curto circuito, acredita! :)))
Retribuo o beijo!
Luís,
Pretendente? Qual nada! :))))
Sobre o post, também tenha essa sensação de país sub-desenvolvido em muitas àreas... infelizmente!
Entendi o que quiseste dizer sobre essas crianças e claro que não me quis referir a estas situações de calamidade humana. Essas crianças como estão habituadas a não terem nada e viverem na miséria, as máquinas para elas são tesouros... quando vejo estes géneros de documentários fico de rastos. E nós ainda nos queixamos da nossa vidinha, não é?
Josué,
Infelizmente é verdade, os emplastros são o reflexo dessa sociedade...
Klatuu,
Exactamente, hehehehe :)))
Balexandre,
Pronto, ok, essa mereci! :))) Estou em dívida contigo. Logo eu, que gosto imenso saber das vossas "misérias" por aí! Mas também com mais de 200 contactos!! Assustas qualquer pessoa!
Uma americana alugou a testa para publicidade??? Que raio de notícias passam por aí? Nunca ouvi falar disso! hahahaha Mas não te ponhas a meter ideias aos tugas porque, da forma como isto está, alugam o corpo todo para publicidade, tipo carros da fórmula 1!!! :))))
Gostava de falar contigo em PVT se não te importares, ficamos a conhecermo-nos. Se tiveres mesmo problemas em dizer o teu email, eu dou-te o meu. diz qualquer coisa linda.
Beijão
Ricardo
LLLOOOLLLL
Ricardo,
Não é necessário dizeres o teu email. Reitero o que disse, utiliza este blog, ok?
Luís,
Efeito do aquecimento global, certamente! ;)
Anónimo,
Lol para ti também.
só te queria conhecer melhor, não percebo porque te fazes de difícil. diz-me qualquer contacto teu, juro que não te vais arrepender, utilizas algum chat?
please?
beijocas fofas
Ricardo
Ricardo,
Não quero ser indelicada... não me tentes a isso, tá?
lolololol esse ricardo é mesmo chato!
quanto ao post ta celente. memo celente. Pior são aquelas coberturas após um jogo de futebol quando uma equipa ganhou qualquer coisa e estão 50 macacos aos gritos e a abanar o jornalista e a por-lhe cachecois no pescoço! Vou ao rubro com esses momentos :P
The one you know,
Eia, já nem me lembrava deste cromo! Praga hahahahaha
Adoro estes momentos futebolísticos, principalmente a cara de parvo do jornalista que faz um esforço enorme para não mandá-los (em directo) para um certo sítio Hehehehe.
Postar um comentário